Ilustração de Hector Ortiz, para o Monster Manual.

Para começar as publicações da categoria “Encontros Planejados” escolhi detalhar esse encontro que preparei para uma das primeiras sessões da aventura pronta Curse of Strahd, a qual eu estava narrando para um grupo de 5 personagens.

Como a temática da aventura é algo próximo do horror, resolvi que seria interessante começar já mostrando aos jogadores que os combates que eu planejaria para eles seriam desafiadores, e deveriam ser encarados dessa forma. Todos os personagens estavam no nível 2, o que me deixaria com poucas opções de criaturas que se encaixassem no tema e que fossem possíveis de se colocar num encontro relativamente balanceado. O grupo também tinha a característica de que todos ali eram jogadores experientes de RPG, embora não com a quinta edição de D&D.  Mas sabiam usar bem os recursos da ficha e trabalhar em grupo. Então me senti livre para criar um encontro bastante complicado, que precisasse de algum raciocínio para ser superado.

Coloquei para os personagens uma torre em ruínas dentro de uma clareira na floresta, onde eles poderiam passar a noite acampando durante uma viagem. Durante a noite, no turno de vigia da feiticeira, ela avistou um estranho brilho azul se aproximando por entre as árvores. Quando observou melhor, percebeu que não apenas essa luz se aproximava, mas também um bando errante de mortos-vivos. Como ela conseguiu observar a tempo, pode acordar o grupo e avisá-los do que estava por vir.


Encontro – A Luz Fantasma

Terreno: Torre em ruínas em uma clareira dentro de uma floresta sombria. Solo profano (Desecrated Ground, Dungeon Master’s Guide, p. 110) – Todos os mortos-vivos na área possuem vantagem em todos os testes de salvaguarda. Um frasco de água benta purifica uma área de até 3m², ou uma área de 2 quadrados de lado, em um grid. A área também pode ser purificada pela magia Hallow, de 5º círculo.

Criaturas: 10 Zumbis (Zombie, Monster Manual, p. 316) e 1 Fogo Fátuo (Will-O’-Wisp, Monster Manual, p. 301). Como o cálculo de experiência do encontro superava bastante o limite de um encontro mortal definido no Guia do Mestre, defini os pontos de vida de cada zumbi em 15, ao invés de usar o valor médio de 22 pvs.

Estratégia: Os zumbis apareceram cercando o grupo, que estava abrigado dentro das ruínas da torre. O solo profano fez com que a maioria deles resistisse ao uso do Expulsar Mortos-Vivos do clérigo. Enquanto os personagens lidavam com a ameaça física dos zumbis, o Fogo-Fátuo, que se movimenta 15m em sua vez, ou 10 quadrados em um grid, se movimentava, atravessando as paredes da ruína, atacando algum personagem e voltando para o lado de fora da torre. Sua Classe de Armadura 19 e as resistências a quase todos os tipos de dano o tornaram um adversário formidável para o grupo. Quando um zumbi estava próximo de ser derrotado, o Fogo-Fátuo ainda poderia se aproximar e usar como ação bônus a habilidade de Consumir Vida, recuperando 10 pvs no caso da falha do zumbi na rolagem de salvaguarda. Além disso, o Fogo-Fátuo ainda tem a habilidade de se tornar invisível, como uma ação, o que tornou tudo ainda mais desafiador.

Tesouro: Os zumbis não carregavam nada de valor, e o Fogo-Fátuo também não pode carregar ou segurar nada, devido a sua característica Ephemeral. Porém, como o encontro já havia sido difícil o suficiente, fiz com que o monstro luminoso, ao ser derrotado, se transformasse em um pequeno diamante no valor de 50 moedas de ouro, que se tornou componente importante para a feiticeira poder conjurar sua Orbe Cromática (Chromatic Orb, Player’s Handbook, p. 221).


E você? Já criou algum encontro memorável com mortos-vivos? Gosta de maltratar os personagens da mesa com desafios que pareçam acima de suas capacidades? Conte pra gente a sua história e compartilhe as suas estratégias.